Com todo o amoroso ódio e a angústia mansa
há na face um desânimo latente;
qualquer coisa exaurida na distância
para dar à paixão outra vertente.
Entristeço-me ao ruído persistente
do tempo para trás como a memória,
permaneço ora ileso ora ilusório.
Que segredo tão árduo eu esse doente.
E entre temeridades e temores
dou às coisas irreais nova constância
sob o peso dos seres meus e vossos.
Pois de todos os grandes desatinos
que possuem densidades diferentes,
diante de muitos sou sózinho e ossos.
Agora, como sempre,
é com outros que se obtem perícia,
pois não é fácil abrir
a porta dos poemas ainda escondidos.
(Baquílides)
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