Agora, como sempre,
é com outros que se obtem perícia,
pois não é fácil abrir
a porta dos poemas ainda escondidos.
(Baquílides)
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
William Shakespeare, "Por que meus versos ..."
Por que meus versos são tão nus de ornato novo?
Por que é que em não mudar se mostram persistentes?
Por que, com o nosso tempo, o meu olhar não movo
Para combinações e métodos recentes?
Por que é que uma só coisa escrevo, sem varia-la,
E guardo em vestes tão notórias a invenção
Que cada termo meu quase o meu nome fala,
Mostrando onde nasceu e qual a sua intenção?
Só escrevo sobre ti, meu amor, não vês?
Somente tu e o meu amor formais meu argumento;
O que já está usado usando ainda uma vez,
Dou veste nova ao verbo antigo, eis meu talento.
Pois como o sol é velho e novo cada dia,
Coisas já ditas meu amor reenuncia.
Tradução de Péricles Eugênio da Silva Ramos
Nenhum comentário:
Postar um comentário