Eugénio de Andrade, "Matéria nobre"
Pode ouvir-se ainda o seu
bater contra o peito.
Há tantos, tantos anos exposto
à violência da luz do meio
dia. Quase amargo, quase
doce. Só a paixão o rouba
à morte, o impede de ser
panela esburacada
onde o vento assobia.
Ou pior, coisa viscosa, mole,
inerme. Coração,
matéria nobre.
Lindíssimo. Está na parede de entrada da cardiologia do hospital Eduardo Santos Silva, em V.N.Gaua.
ResponderExcluirSoberbo. Só quem passa por isso.
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