Como quem chega ao fim
e sabe que já não pode mais.
Como quem sorve a febre e o veneno,
como quem olha a chuva se abrir
na rua molhada em que não caminhará,
como quem a alma inteira sente
aflorar aos lábios sem perdão.
Ó insônia, volta! As paredes altas
ante olhos proibidos se levantam.
E nunca em mim ferveu tamanha cólera,
nunca maldisse tanto a fome de viver!
E nunca tanto como agora, tendo a morte
presente ao meu olhar como uma lágrima,
senti pulsar mais alto em mim
o frêmito da vida!
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