Penso sempre tua alma como um rio
em que de mim não se reflete nada
agora. Antes, talvez uma apagada
sombra se percebesse, mas um frio
vento soprou o tempo, e eis que um vazio
se fez. E então já não restou mais nada,
a escassa sombra foi-se, dissipada,
e tudo se apagou de mim no rio.
Contou-me um conto e agora já mais nada
se reflete de mim. Só há o frio
cantando uma esperança naufragada.
Não tem culpa tua alma desse frio
lembrando-me que sou água passada,
pois, como o rio, é sempre outro rio...
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