Vejo-a sempre passar séria, constante,
- Ás vezes, inclinada na janela,-
Tranquila, fria, e pálido o semblante,
Como uma santa triste de capela.
Seu riso sem calor como o brilhante
No nosso lábio o próprio riso gela,
E ela nasceu para chorar diante
D'um Cristo numa estreita e escura cela.
Seu olhar virginal como as crianças
Jamais disse do amor as cousas mansas;
Jamais vergou da Força ao choque rude.
Abrasa-a um fogo divinal secreto! -
eu sinto, mal a avisto, ao seu aspecto,
O brio intenso e negro da Virtude.
Nenhum comentário:
Postar um comentário