sexta-feira, 2 de abril de 2010

Antonio Cicero, "Palavras Aladas"



Os juramentos que nos juramos
entrelaçados naquela cama
seriam traídos se lembrados 
hoje. Eram palavras aladas
e faladas não para ficar
mas, encantadas, voar. Faziam 
parte das carícias que por lá 
sopramos: brisas afrodisíacas 
ao pé do ouvido, jamais contratos.
Esqueçamo-las, pois dentre os atos 
da língua houve outros mais convincentes
e ardentes sobre os lençóis. Que esses, 
em futuras noites, em vislumbres 
de lembranças, sempre nos deslumbrem.

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