quinta-feira, 30 de junho de 2016

Leis estranhas em Idaho (EUA)


-- Andar em carrossel no domingo é crime.
-- Dar à namorada um caixa de chocolate com menos de 50 libras (22,6 quilos) é ilegal.
-- É proibido pescar sentado no lombo de um camelo.
-- Em Boise: É proibido pescar sentado no pescoço de uma girafa.
-- Em Coeur d’Alene: Se o policial se aproximar de um carro e suspeitar que os ocupantes estão fazendo sexo, ele deve buzinar ou dar sinal de luz e esperar três minutos antes de abordar o carro.
-- Em Eagle: É proibido varrer a sujeira da casa para a rua. Também: É proibido acampar nas calçadas da cidade.
-- Em Pocatello: Uma pessoa não pode ser vista em público sem um sorriso no rosto.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Juan Ramón Madariaga, "Amor"


O amor é estreito
o esquecimento poderoso
o ódio é minha debilidade crônica
a distância é um fiel animal
teu vazio todo a concavidade de uma lágrima

Tradução de Angela Caon Pieruccini

terça-feira, 28 de junho de 2016

segunda-feira, 27 de junho de 2016

David Mourão-Ferreira, "Presídio"


Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo 
Que dizer do pescoço, às vezes mármore, 
às vezes linho, lago, tronco de árvore, 
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...? 

E o ventre, inconsistente como o lodo?... 
E o morno gradeamento dos teus braços? 
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne: 
é também água, terra, vento, fogo... 

É sobretudo sombra à despedida; 
onda de pedra em cada reencontro; 
no parque da memória o fugidio 

vulto da Primavera em pleno Outono... 
Nem só de carne é feito este presídio, 
pois no teu corpo existe o mundo todo! 

domingo, 26 de junho de 2016

Robert Tiso, "Tocata e Fuga", BWV 565, de Bach, executada em Harpa de Vidro


Fernando Pessoa - Bernardo Soares, "O Livro do Desassossego"














Capítulo 429

Em todos os lugares da vida, em todas as situações e convivências, eu fui sempre, para todos, um intruso. Pelo menos, fui sempre um estranho. No meio de parentes, como no de conhecidos, fui sempre sentido como alguém de fora. Não digo que o fui, uma só vez sequer, de caso pensado. Mas fui-o sempre por uma atitude espontânea da média dos temperamentos alheios.

Fui sempre, em toda a parte e por todos, tratado com simpatia. A pouquíssimos, creio, terá tão pouca gente erguido a voz, ou franzido a testa, ou falado alto ou de terça. Mas a simpatia, com que sempre me trataram, foi sempre isenta de afeição. Para os mais naturalmente íntimos fui sempre um hóspede, que, por hóspede, é bem tratado, mas sempre com a atenção devida ao estranho, e a falta de afeição merecida pelo intruso.

Não duvido que tudo isto, da atitude dos outros, derive principalmente de qualquer obscura causa intrínseca ao meu próprio temperamento. Sou porventura de uma frieza comunicativa, que involuntariamente obriga os outros a reflectirem o meu modo de pouco sentir.

Travo, por índole, rapidamente conhecimentos. Tardam-me pouco as simpatias dos outros. Mas as afeições nunca chegam. Dedicações nunca as conheci. Amarem, foi coisa que sempre me pareceu impossível, como um estranho tratar-me por tu. Não sei se sofra com isto, se o aceite como um destino indiferente, em que não há nem que sofrer nem que aceitar.

Desejei sempre agradar. Doeu-me sempre que me fossem indiferentes. Órfão da Fortuna, tenho, como todos os órfãos, a necessidade de ser o objecto da afeição de alguém. Passei sempre fome da realização dessa necessidade. Tanto me adaptei a essa fome inevitável que, por vezes, nem sei se sinto a necessidade de comer.

Com isto ou sem isto a vida dói-me.

Os outros têm quem se lhes dedique. Eu nunca tive quem sequer pensasse em se me dedicar. Servem os outros: a mim tratam-me bem.  Reconheço em mim a capacidade de provocar respeito, mas não afeição. Infelizmente não tenho feito nada com que justifique a si próprio esse respeito começado quem o sinta; de modo que nunca chegam a respeitar-me deveras. Julgo às vezes que gozo sofrer. Mas na verdade eu preferiria outra coisa.

Não tenho qualidades de Chefe, nem de sequaz. Nem sequer as tenho de satisfeito, que são as que valem quando essas outras faltem.

Outros, menos inteligentes que eu, são mais fortes.

Talham melhor a sua vida entre gente; administram mais habilmente a sua inteligência. Tenho todas as qualidades para influir, menos a arte de o fazer, ou a vontade, mesmo, de o desejar.

Se um dia amasse, não seria amado.

Basta eu querer uma coisa para ela morrer. O meu destino, porém, não tem a força de ser mortal para qualquer coisa. Tem a fraqueza de ser mortal nas coisas para mim.

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Sophia de Mello Breyner Andresen, "Corpo"


Corpo serenamente construído
Para uma vida que depois se perde
Em fúria e em desencontro vivido
Contra a pureza inteira dos teus ombros.

Pudesse eu reter-te no espelho
Ausente e mudo a todo outro convívio
Reter o claro nó dos teus joelhos
Que vão rasgando o vidro dos espelhos.

Pudesse eu reter-te nessas tardes
Que desenhavam a linha dos teus flancos
Rodeados pelo ar agradecido.

Corpo brilhante de nudez intensa
Por sucessivas ondas construído
Em colunas assente como um templo.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ewa Lipska, "Testamento"


Após a morte de Deus
abriremos o testamento
para saber
a quem pertence o mundo
e aquela grande armadilha
de homens.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Lúcio Cardoso, "Insônia"


Como quem chega ao fim
e sabe que já não pode mais.
Como quem sorve a febre e o veneno,
como quem olha a chuva se abrir
na rua molhada em que não caminhará,
como quem a alma inteira sente
aflorar aos lábios sem perdão.

Ó insônia, volta! As paredes altas
ante olhos proibidos se levantam.
E nunca em mim ferveu tamanha cólera,
nunca maldisse tanto a fome de viver!
E nunca tanto como agora, tendo a morte
presente ao meu olhar como uma lágrima,
senti pulsar mais alto em mim
o frêmito da vida!

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Leis estranhas no Havaí (EUA)


Havaí

-- É ilegal fazer uma tatuagem atrás da orelha ou nas pálpebras, a não ser na presença de um médico registrado.
-- Só é permitido um drinque por vez na frente de um cliente no bar.
-- Outdoors são proibidos.
-- Todos os habitantes devem ter um barco, sob pena de multa.
-- É proibido colocar moedas na orelha.

sábado, 18 de junho de 2016

Drummond, "Ausência"


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Vinícius de Moraes, "Soneto do amigo"


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

quinta-feira, 16 de junho de 2016

quarta-feira, 15 de junho de 2016

terça-feira, 14 de junho de 2016

António Machado, "Senhor, já me tiraste o que eu mais queria..."


Senhor, já me tiraste o que eu mais queria.
Ouve outra vez, Senhor, o meu coração clamar.
Fez-se a tua vontade, meu Deus, contra a minha.
Senhor, já estamos sós meu coração e o mar.

Tradução de Eugénio de Andrade.

domingo, 12 de junho de 2016

Leis estranhas na Geórgia (EUA)


-- Membros da Assembleia Legislativa não podem ser multados por excesso de velocidade quando a assembleia estiver em sessão.
-- É contra a lei espalhar rumores falsos.
-- Macacos não podem ser mantidos em banheiras.
-- É proibido viver em um barco por mais de 30 dias do ano calendário, mesmo que apenas passando pelo estado.
-- Se uma organização não registrada como “sem fins lucrativos” não registrar suas rifas no escritório do xerife, corre o risco de pagar multas de até US$ 10 mil e de passar até cinco anos na cadeia.
-- É ilegal falar palavrões perto de um defunto em casa funerária ou no “IML”.
-- Placas devem ser escritas em inglês.
-- Em Acworth: todos os habitantes devem possuir um rastelo.
-- Em Athens: Livrarias para adultos e negócios de massagem não podem vender bebidas alcoólicas. Também: Mulas não podem circular pela cidade sem supervisão do dono.
-- Em Atlanta: É ilegal amarrar uma girafa em um poste de telefone ou de iluminação.

sábado, 11 de junho de 2016

Fernando Pessoa - Álvaro de Campos, "Iº Soneto da série Barrow-On-Furness"


Sou vil, sou reles, como toda a gente
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.  

É com a imaginação que eu amo o bem.  
Meu baixo ser porém não mo consente.  
Passo, fantasma do meu ser presente, 
Ébrio, por intervalos, de um Além. 

Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo c leio. 

Justificar-me?  Sou quem todos são...
Modificar-me?  Para meu igual?...
- Acaba lá com isso, ó coração! 

sexta-feira, 10 de junho de 2016

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Lúcio Cardoso, "Imagem"


Fria. As mãos abandonadas,
as leves mãos que amaram tanto,
o olhar que já não brilha,
os lábios que não pedem.

A luz vermelha se apagando,
a treva que chega vagarosa,
névoa morta, saudade que persiste,
amor que já não vê.

Fria. Este amargo na boca,
este tédio que estrangula,
este medo de  ser só...

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Renata Palottini, "Cerejas, meu amor"

Cerejas, meu amor,
mas no teu corpo.
Que elas te percorram
por redondas.

E rolem para onde
possa eu buscá-las
lá onde a vida começa
e onde acaba

e onde todas as fomes
se concentram
no vermelho da carne
das cerejas...

terça-feira, 7 de junho de 2016

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Armando Freitas Filho













"Marcas da mãe"

O primeiro prato feito
não admitia dúvida:
tinha divisões, onde
cada porção se punha
certa e definitiva.
O punhado de arroz
a colher e meia de feijão
a cor de legume medido
a carne cortada em cubos
contados. Depois, no prato
raso do mesmo jogo
a fatia certeira de queijo
e de doce acabando juntos.
Mais tarde, na louça adulta
e anônima, a mesma mão
destinada dispunha
sem engano a comida.
Nem mais, nem menos
mas com um tempero oculto
um veneno de mentira:
o que era antes interdito
à criança se permitia
ao menino que não crescia.
Agora, sem sua certeza
me sirvo hesitante:
o que corto, o que ponho
ora sobra, ora falta
e não sei, exatamente
o que me alimenta ou me mata.

domingo, 5 de junho de 2016

Bernardo Guimarães, "O nariz perante os poetas"


Cantem outros os olhos, os cabelos
E mil cousas gentis
Das belas suas: eu de minha amada
Cantar quero o nariz

Não sei que fado mísero e mesquinho
É este do nariz
Que poeta nenhum em prosa ou verso
Cantá-lo jamais quis.

Os dentes são pérolas,
Os lábios rubis,
As tranças lustrosas
São laços sutis
Que prendem, que enleiam
Amante feliz;
É colo de garça
A nívea cerviz;
Porém ninguém diz
O que é o nariz

Beija-se os cabelos,
E os olhos belos,
E a boca mimosa,
E a face de rosa
De fresco matiz;
E nem um só beijo
Fica de sobejo
Pro pobre nariz;
Ai! pobre nariz,
És bem infeliz!

Entretanto - notai a sem-razão
Do mundo, injusto e vão: -
Entretanto o nariz é do semblante
O ponto culminante;

No meio das demais feições do rosto
Erguido é o seu posto,
Bem como um trono, e acima dessa gente
Eleva-se eminente.

Trabalham sempre os olhos; mais ainda
A boca, o queixo, os dentes;
E - míseros plebeus - vão exercendo
Ofícios diferentes.

Mas o nariz, fidalgo de bom gosto,
Desliza brandamente
Vida voluptuosa entre as delícias
De um doce far-niente.

Sultão feliz, em seu divã sentado
A respirar perfumes,
De bem-aventurado ócio gozando,
Não tem inveja aos numes.

Para ele produz o rico Oriente
O cedro, a mirra, o incenso;
Para ele meiga Flora de seus cofres
Verte o tesouro imenso.

Amante fiel sua, a mansa aragem
As asas meneando
Anda p’ra ele nos vergéis vizinhos
Aromas apanhando.

E tu, pobre nariz, sofres o injusto
Silêncio dos poetas?
Sofres calado? não tocaste ainda
Da paciência as metas?

Nariz, nariz, já é tempo
De ecoar o teu queixume;
Pois, se não há poesia
Que não tenha o seu perfume,
Em que o poeta a mãos cheias
Os aromas não arrume,
Por que razão os poetas,
Por que do nariz não falam,
Do nariz, p’ra quem somente
Esses perfumes se exalam?
Onde, pois, ingratos vates,
Acharíeis as fragrâncias,
Os balsâmicos odores,
De que encheis vossas estâncias,
Os eflúvios, os aromas
Que nos versos espargis;
Onde acharíeis perfume,
Se não houvesse nariz?
Ó vós, que ao nariz negais
Os foros de fidalguia,
Sabei, que se por um erro
Não há nariz na poesia,
É por seu fado infeliz,
Mas não é porque não haja
Poesia no nariz.

Atenção, pois, aos sons de minha lira,
Vós todos, que me ouvis,
De minha bem-amada em versos d'ouro
Cantar quero o nariz.

O nariz de meu bem é como...óh! céus!...
É como o quê? por mais que lide e sue,
Nem uma só asneira!...
Que esta musa está hoje uma toupeira.

Nem uma ideia
Me sai do casco!...
Ó miserando,
Triste fiasco!

Se bem me lembra, a Bíblia em qualquer parte
Certo nariz ao Líbano compara;
Se tal era o nariz,
De que tamanho não seria a cara?!...

E ai de mim! desgraçado,
Se o meu doce bem-amado
Vê seu nariz comparado
A uma erguida montanha:
Com razão e sem tardança,
Com rigores e esquivança,
Tomará cruel vingança,
Por essa injúria tamanha.

Pois bem!... Vou arrojar-me pelo vago
Dessas comparações que a trouxe-mouxe
Do romantismo o gênio cá nos trouxe,
Que p’ra todas as cousas vão servindo;
E à fantasia as rédeas sacudindo,
Irei, bem como um cego,
Nas ondas me atirar do vasto pego,
Que as românticas musas desenvoltas
Costumam navegar a velas soltas.

E assim como o coração,
Sem ter corda, nem cravelha,
Na linguagem dos poetas
A uma harpa se assemelha;

Como as mãos de alva donzela
Parecem cestos de rosas,
E as roupas as mais espessas
São em verso vaporosas;

E o corpo de esbelta virgem
Tem feitio de coqueiro,
E só com um beijo se quebra
De tão franzino e ligeiro;

E como os olhos são flechas,
Que os corações vão varando;
E outras vezes são flautas
Que de noite vão cantando;

P’ra rematar tanta peta
O nariz será trombeta...

Trombeta o meu nariz?!! (ouço-a bradando)
Pois meu nariz é trombeta?...
Oh! não mais, Sr. poeta,
Com meu nariz s'intrometa.

Perdão por esta vez, perdão, senhora!
Eis nova inspiração me assalta agora,
E em honra ao teu nariz
Dos lábios me arrebenta em chafariz:

O teu nariz, doce amada,
É um castelo de amor,
Pelas mãos das próprias graças
Fabricado com primor.

As suas ventas estreitas
São como duas seteiras,
Donde ele oculto dispara
Agudas flechas certeiras.

Em que sítios te pus, amor, coitado!
Meu Deus, em que perigo?
Se a ninga espirra, pelos ares saltas,
E em terra dás contigo.

Estou já cansado, desisto da empresa,
Em versos mimosos cantar-te bem quis;
Mas não o consente destino perverso,
Que fez-te infeliz;
Está decidido - não cabes em verso,
Rebelde nariz.

E hoje tu deves
Te dar por feliz
Se estes versinhos

Brincando te fiz.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Drummond, "Amor começa tarde"


Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Donizete Galvão, "Cenho"


A certa altura, íntima alquimia
alterou-lhe a textura da pele da barriga.
A trama das células perdeu o tônus
de carne de pêssego e sopro de brisa.

O fundo vale que lhe descia das costelas
já não exibia o frescor da parábola,
nem a tessitura de cetim da rosácea
que se abria sob o apalpo dos dedos.

Não disse adeus àquela que partia,
nem vi quando chegou esta outra
que cria enigmas no canto da boca.

Foi então que, entre os olhos fundos,
surgiram vincos de um cenho duro,
cuja natureza feriu de morte os dois.