Meu povo e meu poema crescem juntos
como cresce no fruto
a árvore nova.
No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar.
No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro.
Meu povo em meu poema
se reflete
como a espiga se funde em terra fértil.
Ao povo seu poema aqui devolvo
menos como quem canta
do que planta.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Ferreira Gullar, "Meu povo, Meu poema"
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