Finda a leitura, o livro está completo
em sua solidão mais-que-perfeita
de couro falso e íntimo papel.
Lá fora, o mundo segue, arquitetando
as mesmas contingências costumeiras
que nunca esbarram numa irrefutável
conclusão que se possa resumir
em três letras letais, inalienáveis.
Que paz será possível nessa selva
sem índices, prefácios, rodapés?
indaga, da estante mais excelsa,
o livro. Porém, nada disso importa,
se todas as dúvidas se dissipam,
com tudo mais, quando o bibliotecário
apaga as luzes, sai e tranca a porta.
Copiado do site http://leonorcordeiro.blogspot.com/
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Paulo Henriques Britto, "Epílogo".
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