domingo, 25 de novembro de 2012

Dante Milano, "Um dia"


Era a manhã uma hora de agonia,
Uma mortalha lívida e suada.
Entreabria-se o espaço, imenso nada.
Ante a face de um sol que não sorria,
O princípio da luz, a luz manchada,
Mostrava de que treva surge o dia.
Era a manhã esquálida e vazia,
sem luzes, sem estrelas, apagada.
Era o dia sem sonhos. Só se via
O abismo do ar. Um cerro esbranquiçado.
Sobre o cerro, uma nuvem... Parecia
Que eu havia morrido e despertado
Na claridade pálida de um dia
sem luzes, sem estrelas, apagado.


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