quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Donizete Galvão














"Tapera"

Deixe que os morcegos
ocupem o forro
e as caixas de marimbondo
tomem conta dos seus cantos.
Deixe que a macega
suba pela escada até o alpendre
e prolifere nas rachaduras do reboco.
Deixe que o musgo
cubra o tampo da cisterna
e que os escorpiões
armazenem veneno sob os tijolos.
Nada dói mais do que a lembrança da casa,
encravada como um prego
que lateja na memória.

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