segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Nelson Ascher











"Elegiazinha"
                                                [i. m. nikita (gata da Inês)]

Gatos não morrem de verdade:
eles apenas se reintegram
no ronronar da eternidade.

Gatos jamais morrem de fato:
suas almas saem de fininho
atrás de alguma alma de rato.

Gatos não morrem: sua fictícia
morte não passa de uma forma
mais refinada de preguiça.

Gatos não morrem: rumo a um nível
mais alto é que eles, galho a galho,
sobem numa árvore invisível.

Gatos não morrem: mais preciso
- se somem - é dizer que foram
rasgar sofás no paraíso

e dormirão lá, depois do ônus
de sete bem vividas vidas,
seus sete merecidos sonos.

Um comentário:

  1. eu amo gatos, e esse poema monstra sentimento forte e sincero. não consigo imaginar minha vida sem os meus gatos e esse poema fala tudo que sinto. quem tiver os memos semtmentos que eu me mande um e-mail. baiarosima@yahoo.com

    ResponderExcluir