Silenciosamente aproximo-me do poema
circundo-o duma palavra faço nela
uma incisão deliberada
e exponho a ferida ao ar sem protegê-la
para que infecte e frutifique
De resina ainda com gosto a papel húmido
o poema cresce ramifica-se
comovidamente do cerne para a casca
inteiro liso adstringente sinuoso
Mas
todo poema é perfeitamente impuro
domingo, 8 de novembro de 2009
Vasco Graça Moura, "Poema".
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