quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Eugénio de Andrade













"Cala-te ..."


Cala-te, a luz arde entre os lábios
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
esta perna é tua? é teu este braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente a tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisse, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca
também a terra morre.

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