quarta-feira, 24 de abril de 2013

Eugénio de Andrade, "Entre o primeiro e o último crepúsculo"


Eu tinha dois ou três anos, tenho agora sessenta, e o apelo da luz é o mesmo, como se dela tivesse nascido e só a ela não pudesse deixar de regressar. Entre o primeiro crepúsculo e o último, sempre o corpo todo se deixou penetrar pelo ardor que se fazia carícia nessa parte mais diáfana e imponderável do ser, e a que se não lhe chamarmos luz também, nunca saberemos que nome dar.

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