sábado, 27 de abril de 2013

Jacinta Passos









"Os muros"
  
Minha cidade tem muros
de pedra, cimento e cal
tem muros que são tribunas,
painéis, cartilha e coral.   
Quem de noite faz as letras
que aparecem de manhã?
Será a mão do poeta 
ou a mão da tecelã?
  
Viva Luiz Carlos Prestes!
O petróleo é nosso!
 
Fora com os americanos!
 
A polícia apaga e as letras
aparecem de manhã.
Será a mão do poeta
ou a mão da tecelã?

Minha cidade tem muros
brancos, cinzentos, de cores,
riscos de piche e carvão,
ó, pintores, vinde ver! 
Vinde ler a história escrita
nos muros, cada manhã.
Será a mão do poeta
ou a mão da tecelã?

Copiado do blog http://passosdejacinta.blogspot.com.br 

 

2 comentários:

  1. João Renato, que bom encontrar aqui este poema de Jacinta Passos, minha mãe, trazido do http://passosdejacinta.blogspot.com.br

    Muito bom também é retornar a esta sua página, onde já havia estado algumas vezes, e, melhor ainda, descobrir o belo João Renato Marino - Poemas, que pretendo ir sorvendo aos poucos. Abraços.

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  2. Cara Janaína,
    Alguns dos poemas da sua mãe me tocam fundo.
    Não são muitos os poetas que escreveram poesia engajada de qualidade. É muito difícil.
    Alguns deles que li pela internet, e mais ainda no seu blog, têm uma temática datada. Mas, nesse caso, a datação é uma qualidade.
    É a nossa História escrita nos poemas.
    Abraço,
    Joao Renato.

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