quinta-feira, 3 de abril de 2014

Antônio Carlos Secchin












"Arte"
                                a Antônio Cicero

Poemas são palavras e presságios,
pardais perdidos sem direito a ninho.
Poemas casam nuvens e favelas
e se escondem após no próprio umbigo.
Poemas são tilápias e besouros,
ar e água à beira de anzóis e riscos.
São begônias e petúnias,
isopor ou mármore nas colunas,
rosas decepadas pelas hélices
de voos amarrados ao chão.
Resto do que foi orvalho,
poema é carta fora do baralho,
milharal virando cinza
pelo fogo do espantalho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário