quarta-feira, 28 de maio de 2014

Murilo Mendes, "A mulher anônima".


Lembra-te daquela mulher
Que um dia te acenou do alto de uma varanda.
Daquela forma admirável mas sem nome
Que uma tarde te disse adeus
Enquanto o automóvel parou um minuto na estrada.

Lembra-te da mulher pouco decorativa, mulher simples
Que não tiveste coragem de arrancar violento ao espaço
E que certamente nunca mais tornarás a ver.
Lembra-te da bela mulher que estremeceu por ti
E sê-lhe fiel até o último dia da tua vida.

 

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