sábado, 11 de outubro de 2014

Eugénio de Andrade, "Cala-te..."


Cala-te, a luz arde entre os lábios
e o amor não comtempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
esta perna é tua?, é teu este braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente à tua boca,
abre-se a alma à língua, morreria
agora se mo pedisses, dorme,
nunca o amor foi fácil, nunca,
também a terra dorme.

Nenhum comentário:

Postar um comentário