segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Errnâni Sátiro, "A hora da morte"


Pavor.
Mas não da morte -  É da Hora da Morte.
É por isso que te peço, ó Morte;
Que venhas quando quiseres;
De noite ou de dia.
Mas não me deixes nunca pressentir a Chegada.
O medo é da Hora.
Não é do teu mistério, Morte,
Que o mistério da vida é maior.
O que eu temo é a Hora - o ar das pessoas na Hora da Morte.
Tu primeiro te apoderas das testemunhas,
Que aceitam e começam a ser cúmplices.
Tu desaminas e abates os que assistem
Para então desferires o golpe.
Vem, antes ou depois.
Na Hora da Morte, não.

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