sábado, 10 de junho de 2017

Glauco Mattoso, "Engaiolado"


Os pássaros povoam a visão
idílica dos bardos inspirados:
pardais e sabiás ressabiados;
o melro, o rouxinol, canoro ou não.

Algumas outras aves também são
tetéias dos poetas nestes lados:
jandaias, assuns pretos, que, furados
seus olhos, mais bonito cantarão.

Arrulhos e trinados e gorjeios
povoam os ouvidos dos poetas...
Os não sentimentais estão é cheios!

A mim, são preferíveis as discretas:
coruja, por exemplo, ou uns mais feios:
o pato e o urubu: pé chato e infectas...

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