Na sala
mãos muito brancas
passam e repassam páginas
do livro inconsolável.
Na cabeça
o vento enorme
de todos os poemas
cristalizando-se em nada.
No tempo
a percepção da eterna
derrota
sob ressurreições infinitas.
De repente a borboleta seca
voando
voando na sala.
Oh dai-nos ao menos
esse momento úmido
de nossas mãos no vazio.
sábado, 19 de setembro de 2009
Afonso Henriques Neto, "Momento"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário