quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Jorge de Lima,"Poema VI do Canto VI - Canto da Desaparição - da Invenção do Orfeu.

Nem as boninas e outras flores nem
a mais humilde relva, nem os ventos,
nada participava da quietude
absoluta, absoluta, eternamente

absoluta daquela pedra de
tumba, compacta, lisa, desprezada.
Nem ninguém se lembrava da criatura
e de seus sofrimentos e de sua

atormentada vida ali deixada.
Nem tristeza talvez nem alegria,
não mais perpassam sobre a sua face

Parada, indiferente mesmo à morte
que ela encerrou em treva, e esquecimento,
e o próprio esquecimento abandonou.


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