terça-feira, 5 de setembro de 2017

Ângelo de Lima, "Soneto"


Para-me de repente o pensamento
Como que de repente refreado
Na doida correria em que levado
Ia em busca da paz, do esquecimento…

Para surpreso, escrutador, atento,
Como para um cavalo alucinado
Ante um abismo súbito rasgado…
Para e fica e demora-se um momento.

Para e fica na doida correria…
Para à beira do abismo e se demora
E mergulha na noite escura e fria

Um olhar de aço que essa noite explora…
Mas a espora da dor seu flanco estria
E ele galga e prossegue sob a espora.

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