terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Gregório de Matos (1636-1696)
"Ao Conde de Ericeira D. Luís de Meneses pedindo louvores ao poeta, não lhe achando ele préstimo algum":
Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos essa regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.
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