Não há fumaça sem você, meu fogo.
Quando você partiu,
seu cigarro brilhou no meu cinzeiro
e enviou uma linha de um cinza tão ordeiro.
Sorri imaginando quem iria acreditar no sinal
de tanto amor. Um cigarro
no cinzeiro de não-fumante.
Enquanto a última espiral
estremece, uma brisa súbita
sopra seu caracol no meu rosto.
É o cheiro, é o gosto?
Você está aqui, e bêbado outra vez nos lábios de tabaco me vejo.
Apague a luz.
Deixe a fumaça deitar no escuro.
Até eu escutar a mesma cinza
suspirar entre as flores de bronze
que respirarei, e muito depois da meia-noite, seu último beijo.
Tradução de Virna Teixeira
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