terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Leônidas de Tarento, "Infinito era o tempo..."


Infinito era o tempo, ó homem, antes de seres dado
     à luz, e infinito o que te espera no Hades.
Que parcela de vida te cabe a não ser esse instante
     diminuto, pouco menos de um minuto?
Sequer desfrutas tua pequena vida de aflições,
     pois te é mais odiosa que a morte inimiga.
Eis a armação de ossos de que são formados os mortais;
     no entanto, eles se erguem para o ar e para as nuvens.
Vê, homem, quão inútil; postado na ponta do fio
     por urdir da veste, há um verme que a faz
logo num crânio calvo, em algo mais detestável 
     do que a múmia ressequida de uma aranha.
Manhã após manhã busca, ó homem, tua fortaleza:
     que possas na vida simples repousar.
lembrado sempre, do fundo da alma, enquanto estejas
     entre os vivos, de que palha tu és feito.

Tradução de José Paulo Paes.
    

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