quinta-feira, 9 de maio de 2013

Alphonsus de Guimaraens Filho, "É dia, sim"


É dia, sim; também é uma terrível
esperança, não sei em que fundada.
Tudo em nós é o ofego do invisível;
cai nossa mão na luz, paralisada.

E de tudo - fungível, infungível -
de tudo esta corola decepada.
Alguém te diz além: "Sim, é possível"
Mas sabes que já não é possível nada.

Relê teus versos, pois relê! Percorre
teus papéis empilhados, nas estantes
procura o livro que ninguém teria.

Ou então, deita-te aí, deita-te e morre,
morre por todos os agonizantes,
pleno do sol de um nunca visto dia.

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