quarta-feira, 8 de julho de 2015

Ana Cristina Cesar, "Tento até o velho golpe..."


Tento até o velho golpe:
recitar poemas para tua indiferença.
Cabotina. Agarrada num rabo de cavalo.
"Teus versos agora me tocam menos
que você." Tua mão vacila.
Não é de cera.
Até que um dia com a unha
tira a lasca do rosto e descubro
a identidade morta por debaixo.
É porque tem que chegar. Perto do coração
não tem palavras?

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