domingo, 16 de outubro de 2016

Artur Azevedo, "1º Soneto das Miniaturas da Sociedade Galante"


Adriano Gonçalves de Macedo,
Homem de cabedais e alma sem siso,
Penetrou no seu quarto com um sorriso
Às dez horas da noite, muito a medo.

Uma carta de amante — era um segredo —
Ia abri-la, e, assim, era preciso
Que a sua esposa, dama de juízo,
Não na visse nem mesmo por brinquedo!

Dona Corália Augusta Colavida
Estaria nessa hora recolhida?
Levantou a cortina, devagar...

Mas, que tragédia após esse perigo...
Viu que a esposa beijava um seu amigo,
Sobre o divã da sala de jantar.

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