sábado, 9 de junho de 2018

Adriano Espínola, "Claridade"


                                                                                    A Catherine Dumas

Com os punhos cerrados de sol,
a luz golpeia
a praia. 

Arde o instante na areia. 

Nas dunas,
por entre casebres,
papoulas acendem sua dor
vermelha. 

Mestre André,
sob um coqueiro,
retalha com a peixeira
o esquivo
milagre dos peixes. 

O verdiazul ascende as costas
do horizonte. 

Barcos buscam, peregrinos,
as profundezas. 

O pensamento a pino
se descobre,
transparente. 

Espiritual é a luz do meio-dia.

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