segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ildásio Tavares, "Restos"

Há um resto de noite pela rua
Que se dissolve em bruma e madrugada.

Há um resto de tédio inevitável
Que se evola na tênue antemanhã.

Há um resto de sonho em cada passo
Que antes de ser se foi, já não existe.

Há um resto de ontem nas calçadas
Que foi dia de festa e fantasia.

Há um resto de mim em toda a parte
Que nunca pude ser inteiramente.

2 comentários:

  1. Há um Resto de Ildásio em todos nós
    Que nos sufoca em vã saudade.
    Ir-se embora tão de repente, isso não se faz...
    Deixou-nos órfãos e assim se fez.
    Deixando tanto por terminar.
    Deixando a vida... sem acabar.
    O que fazer, se já está feito, se nos sufoca a vã saudade?

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  2. Anônimo,
    Gostei.
    Você ganhou uma postagem.
    Se me disser o seu nome (e eu acreditar), lhe dou o crédito.
    Bonita homenagem.
    JR.

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