Dor, dor de minha alma, é madrugada
E aportam-me lembranças de quem amo.
E dobram sonhos na mal-estrelada
Memória arfante donde alguém que chamo
Para outros braços cardiais me nega
Restos de rosa entre lençóis de olvido.
Ao longe ladra um coração na cega
Noite ambulante. E escuto-te o mugido,
Oh vento que meu cérebro aleitaste,
Tempo que meu destino ruminaste.
Amor, amor, enquanto luzes, puro,
Dormido e claro, eu velo em vasto escuro,
Ouvindo as asas roucas de outro dia
Cantar sem despertar minha alegria.
* O nome do poema - "Ego de Mona Kateudo" - vem do grego antigo.
Significa "E eu deitada estou, sozinha”, e é o último verso de um fragmento de Safo.
"A lua já caiu,
as Plêiades também.
É meia-noite.
A hora passa;
e eu deitada estou, sozinha".
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