terça-feira, 26 de julho de 2011

Walt Whitman






















Uma mulher espera por mim ...

Uma mulher espera por mim, nela tudo se contém, não falta nada,
No entanto faltaria tudo se lhe faltasse o sexo ou a umidade do
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp homem certo.

Tudo se contém no sexo, corpos, almas,
Significados, provas, purezas, delicadezas, proclamações, efeitos,
Ordens, canções, higidez, orgulho, o mistério materno, o leite
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp seminal,
As esperanças todas, bens, outorgas, todas as paixões, belezas,
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp amores, os deleites da terra,
Todos os governos, juízes, deuses, o cortejo de pessoas da terra,
Tudo se contém no sexo como partes de si e justificações de si.

Sem pejo o homem de quem gosto sabe e confessa as delicias
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp [do sexo,
Sem pejo a mulher de quem eu gosto sabe e confessa as do sexo
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp [dela.

Pois eu me afasto das mulheres insensíveis,
Para ficar com a que espera por mim, e com as mulheres de sangue
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp quente que me satisfazem,
Eu vejo que elas me compreendem e não me repudiam,
Vejo que são dignas de mim e eu serei delas o marido vigoroso.

Essas mulheres não são em nada inferiores a mim,
Têm o rosto tisnado pelo brilho dos sóis e pelo sopro dos ventos,
Há na carne delas, antigas e divinas, agilidade, força,
Elas sabem nadar, remar, montar, lutar, atirar, correr, bater,
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp recuar, avançar, resistir, defender-se sozinhas,
São supremas por direito próprio - são calmas, límpidas, donas
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp de si mesmas.

Puxo vocês para junto de mim, mulheres,
Não as posso deixar ir, vou lhes fazer bem
Existo para vocês e vocês para mim, não apenas para o
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp [nosso bem,
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp mas para o bem dos outros,
Envoltos em você dormem grandes heróis e bardos,
Eles se recusam a acordar pelo toque de outro homem que não eu.

Sou eu, mulheres, abro o meu caminho,
Sou severo, cáustico, indissuadível, mas amo-vos,
Não as machuco mais que o necessário a vós mesmas,
Derramo a substância geradora de filhos e filhas dignos destes
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp Estados, assedio com músculo pausado e rude,
Me firmo eficazmente, não dou ouvido a rogos,
Não ouso retirar-me sem depositar o que há de muito acumulei
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp dentro de mim.

Através de vocês eu dreno os rios enclausurados de mim mesmo
Em vocês concentro mil anos de futuro,
Em vocês faço enxerto dos tão amados por mim e pela América,
As gotas que em vocês destilo farão medrar moças atléticas e
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp ardentes, novos artistas, músicos, cantores,
As crianças que em vocês procrio vão procriar, por sua vez,
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp outras crianças,
Exigirei, dos meus dispêndios amorosos, homens e mulheres
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp perfeitos,
Eles irão se interpenetrar, espero, como eu e tu agora nos
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp interpenetramos,
Contarei com os frutos dos generosos aguaceiros deles como
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp [conto
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp com os frutos dos aguaceiros que agora entorno.
Vou ficar à espera das ternas colheitas do nascimento, vida,
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp [morte,
&nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp &nbsp imortalidade
Que tão amorosamente planto agora.

Tradução de José Paulo Paes.

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