terça-feira, 16 de julho de 2013

Ruy Espinheira Filho













"Primeiro soneto da permanência"

Esta saudade bate no meu peito
como um velho vento encrespado de remorsos,
tardes mansas, manhãs iluminadas,
meigos seios nascentes, bicicletas 

em torno do jardim. Esta saudade
queima e me embriaga. E bebo mais.
E bebo tudo e já não resta nada
no universo a não ser a embriaguez

desta saudade. E eis que me sinto absinto
e não me encontro em mim. Estarei morto?
Não estou morto: estou é lá, aqui

na distância, no centro deste parque
que gira e gira o mundo. Aí estou
e fico imóvel neste carrossel.

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