quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Carlos Newton Júnior, "Pantera"


Jamais a verdadeira vi
- o hálito quente e o frio olhar -
para além das rijas barras
que mundo nenhum retém:

encontrei-a nas palavras
precisas, que são ferro e pedra,
sangue vivo, força oculta,
veludo quase matéria.

E eram tantas as panteras
nas diversas traduções
do mesmíssimo poema.

Em todas, o vulto negro
num silêncio ditirambo
com seus coturnos de seda.


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