sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Luisa Deane, "A última voz"


Quando eu morrer
Recolhe por favor os meus sonhos espalhados pelos cantos
E reconstrói meu corpo com infinita paciência.
Junta
Amassa
Modela sem ânsia
Essa massa de lenda em rubra tinta
E o meu oásis de flor
Entre as ruínas.
Faz-me então dessa maneira nova
Faz-me forte! Faz-me eterna!
Dessa matéria etérea dos sonhos e das rainhas.
Então, ama-me!
Ama-me sem pressa
                      Dor
                      Faca
                      Espinho
À rósea flor das cicatrizes.


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