terça-feira, 15 de novembro de 2016

Alexei Bueno,













"Na porta do colégio"

Semipúberes meninas,
Como os meus olhos maduros
Fervem de sonhos obscuros
Convosco em minhas retinas.

Voltasses hoje aos quinze anos,
meu corpo, ambicioso fausto,
Sorvendo a vida num hausto
Mas sábio em quaisquer arcanos...

Ora a fugir disso tudo,
Ora a tudo isso agarrar-se
Que é, alma, face ou disfarce?
Metrônomo em piano mudo?

Não sabes. mas com que enleios
Fitas os lábios, as coxas,
precoces olheiras roxas,
Curvas gritantes dos seios.

E duro afastar-te, vida,
A que tal nome merece,
Rubor de um sol quando desce
Mas sem manhã prometida.

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