sexta-feira, 23 de março de 2012

Juan Ramón Jimenez, "Meia-estação interior"


A tarde do meu espírito,
de súbito, acendeu-se de escarlate.
Minhas ruínas deslumbraram-se ...

- Meu sentimento era
ausente do instante, e assustado
como um pequeno pássaro
que tremesse, a sonhar, nos hirtos ramos
da tarde gélida
(já vista ao longe a lua violeta),
por trás das escassas folhas, um momento
com sol de de ouro. -

... E no frio da alma, recolhida
na penugem suave e enfunada
do coração feito nostalgia,
um momento pulsou uma distante Primavera
de ventos claros e brilhantes nuvens,
sobre as árvores irreais - não secas -
nuas.

Tradução de José Bento

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