segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Eugénio de Andrade, "Arima"


Uma gaivota - dizes.
Sim, uma gaivota
passa distante, e arde.
O teu rosto é azul,
e contudo está cheio
de oiro da tarde.

Uma gaivota.
Alma do mar e tua,
abandona-se à luz.
E na boca nem eu sei
se me nasce o coração,
ou se é a lua.

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