quarta-feira, 27 de julho de 2016

Alexei Bueno, "Fim"


Eis que o elefante morreu. Na aurora
Viram-no quieto, a língua de fora.

O circo agora parou na estrada.
Sem o elefante não somos nada!

Os astros choram. A lona inerme
Recobre o corpo do paquiderme.

Não se acha um outro. Nada mais resta
Para as cidades que esperam festa.

Não há saída. Não há futuro.
Ei-lo na estrada, espantoso e duro.

Na noite um bando que já não dorme
Está cavando um enorme buraco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário