sábado, 30 de julho de 2016

Luís Antonio Cajazeira Ramos, "O funeral das mágoas"


Amadurece, meu rapaz! Contempla
a tua sepultura. Não a vês?
Quando te fores (não é dessa vez
um sonho), que não seja de surpresa.

Tua cova é tão rasa... Avistas fácil-
mente o final de solidão dos séculos,
se séculos tivesses (que não tens
mais nada) a refletir no chão do túmulo.

A certeza da morte expõe a vida,
que te pesa e mal levas. Que mal levas,
se levaste a vida com leveza?

Não te leves a mal, a bem, a sério.
Vê só que leves e humoradas são
as mágoas a pesar teu coração.

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