quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Alexei Bueno, "Limite"


Onde acaba o dizível,
Onde as palavras falham
Ouve-se o mar terrível.

Barcos cheios que encalham,
Elas, com o surdo impulso
Das ondas se estraçalham.

E, além, além, convulso,
Retorce-se o horizonte,
Ondeante como um pulso.

Mas não há quem o afronte,
Se um o intenta, o mar vence-o...
Para além, fim e fonte.

Tudo menos o silêncio.


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