terça-feira, 13 de setembro de 2016

Alexei Bueno














"Sapiência"

Os móveis, as cartas,
A roupa engomada,
As estantes fartas,
Não arrumes nada.

As obras de arte,
A imagem fanada,
Tudo, tudo parte.
Não arrumes nada.

Como nos obriga
A ordeira morada,
Quanta dor mitiga.
Não arrumes nada.

Vais e tudo fica
Um mundo, uma estrada.
Quem o identifica?
Não arrumes nada.

Que pó, fungo, insetos,
Musgo e água parada
Tratem teus objetos.
Não arrumes nada.

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