sábado, 31 de dezembro de 2016
Lúcio Cardoso, "Poema"
Voltarei em busca dos caminhos que se perderam
e todas as coisas estarão silenciosas
e a noite dormirá no berço calmo dos rios
e as moças estarão sorrindo nos jardins cheios de sombra.
Perguntarei onde estarão as tardes de outrora
e os passeios onde soavam tantos risos...
E ninguém me saberá responder. E estarão
parados no meio do caminho e os seus
olhares ansiosos se voltarão para trás:
- Quem é este que procura as visões mortas do passado?
- Quem é este que permanece na curva dos caminhos, ardente
[ e inquieto?
Eu olharei as terras desoladas e os rios que correm sem rumor.
A grande noite virá como uma névoa escura sobre as cabeças
[ das árvores.
E sentindo que o meu coração se diminui
e se torna menos humano, ficarei quieto e não saberei nada,
nada o que responder...
Sentir-me-ei então inteiramente inútil e desolado.
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