domingo, 1 de janeiro de 2017
Konstantinus Kaváfis, "Cinzentos"
Olhando uma opala meio cinzenta,
lembrei-me de dois belos olhos cinzentos
que vi; isto deve fazer vinte anos...
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Por um mês nos amamos.
Depois, ele partiu, creio que para Esmirna,
para aí trabalhar, e nunca mais nos vimos.
Devem ter-se afeado - se ele vive - os olhos cinzentos;
deve ter-se estragado o belo rosto.
Memória minha, conserva-os tu como eram.
E o que possas, memória, desse meu amor,
o que possas traze-me de volta esta noite.
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