quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Alexei Bueno, "IIº poema das 'Três Visões Horizontais do Destino'"


A terra enxerga por viseiras destruídas
E rijos ferros dormem fundo após a guerra
Dentro de homens que se esquecem das partidas
Como o silêncio em cada boca que não berra.

Escudos, lanças, armaduras divididas
E uma espada em pé cravada sobre a terra
Lembrando cruz após a indulgência das feridas
Que já não doem numa carne que se encerra.

Antes da luta cada um lá estava certo
Que viveria após ter tudo se acabado,
Mas já ninguém se desilude no deserto.

E nem há dor para quem não vê como a hora falha
E como é o corpo conduzido ao golpe errado
Pelo destino que se rompe igual à malha.


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