quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Georg Trakl, "Canção ao anoitecer"
Paridos da sombra de um sopro
caminhamos no abandono,
perdidos no eterno
como o holocausto que ignora o seu destino.
Nada nos pertence, como acontece ao mendigo,
tontos, qual cegos frente ao pórtico cerrado
nós espreitamos o silêncio
onde se perde o nosso sussurro.
Somos peregrinos sem destino,
nuvens que o vento dispersou,
flores tremendo no mortífero frio
a espera da mão que as ceifará.
Compreensão só é dada àqueles que menosprezam a felicidade.
Tradução de Roswitha Kempf
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