terça-feira, 5 de agosto de 2014

Miguel Torga, "Bartolomeu Dias"














Eu não cheguei ao fim.
Dobrei o Cabo, mas havia em mim
Um herói sem remate.
Quando os loiros da fama me sorriam,
Aceitei o debate
Do meu destino predestinado
Com singelos destinos que teriam
Um futuro apagado,
Fosse qual fosse a glória prometida.
E sempre que uma nau enfrenta o mar e o teme,
E regressa vencida,
Sou eu que venho ao leme
Com a Índia perdida.


Em 1488, tentando descobrir o caminho marítimo para a Índia, o português Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador europeu a cruzar o Cabo da Boa Esperança, na ponta da África, o local onde o oceano Atlântico se junta ao Pacífico. No entanto, a tripulação revoltada o obrigou a regressar à Portugal, e a sua façanha não foi reconhecida ou recompensada pela coroa portuguesa. 

Mais tarde, em 1497, acompanhou a esquadra de Vasco da Gama como capitão de um dos navios. Mas ficou em São Jorge da Mina, em Gana, e quando Vasco chegou à Índia Bartolomeu Dias não estava com ele.

Em 1500, acompanhou Pedro Álvares Cabral na viagem de descoberta do Brasil. Quando a frota de Cabral partiu do Brasil e seguiu para a Índia, o navio que Bartolomeu Dias comandava naufragou quando chegavam ao Cabo da Boa Esperança.

Bartolomeu Dias morreu sem nunca conseguir chegar à Índia.






















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